PF prende 15 pessoas em ação para combater contrabando de cigarros em cidades do Paraná e em outros estados
A Polícia Federal (PF) prendeu 15 pessoas, na manhã desta terça-feira (11), em uma operação em combate ao contrabando de cigarros. A ação foi deflagrada em cidades do Paraná e em outros dois estados.
Ao todo, são 20 mandados de prisão preventiva, que é por tempo indeterminado. Quatro suspeitos estão foragidos no Paraguai, de acordo com a PF.
O suspeito de ser o chefe da organização criminosa está preso em Assunção, no Paraguai. Um mandado de prisão foi cumprido contra ele nesta terça-feira, contudo, o suspeito já estava detido há cerca de 40 dias por outros crimes.
As prisões ocorreram nessas cidades:
Guaíra (oeste do Paraná) – 3 presos
Cascavel (oeste do Paraná) – 1 preso
Sertanópolis (norte do Paraná) – 1 preso
Cruzeiro do Sul (noroeste do Paraná) – 1 preso
Umuarama (noroeste do Paraná) – 5 presos
Alto Paraíso (noroeste do Paraná) – 1 preso
Mundo Novo (MS) – 2 presos
Itumbiara (GO) – 1 preso
Para a PF, essa é a maior organização criminosa que já atuou no país com contrabando de cigarros. Os integrantes abasteciam todo o Brasil e, segundo a PF, mandavam cigarros até para a Europa. Eles agiam de forma extremamente organizada, conforme a PF.
A organização tinha uma hierarquia: chefes, gerentes, entre outros "cargos". A PF informou que, além de contrabandear cigarros, os suspeitos faziam tráfico de drogas.
Contorno Norte
A operação foi batizada de Contorno Norte. Cerca de 80 policiais federais foram às ruas para cumprir os mandados judiciais. Além das ordens de prisões, havia 17 de busca e apreensão.
Segundo a PF, o bloqueio de contas bancárias, o sequestro de bens imóveis e a apreensão de veículos relacionados a investigados também foram determinados pela Justiça.
As investigações começaram, conforme a PF, em maio de 2016 depois de uma carreta carregada com cigarros contrabandeados bater contra um veículo ocupado por um casal e uma criança no Contorno Norte de Maringá, na região norte do Paraná. A mulher morreu nesse acidente.
A PF, então, identificou a organização criminosa que era responsável pela carga. Os cigarros eram contrabandeados de Salto Del Guairá, no Paraguai.
204 prisões
Ao longo dos três anos de investigação, 204 pessoas suspeitas de integrar a organização foram presas, de acordo com a PF.
Além disso, foram realizados 130 flagrantes de contrabando, com a apreensão de 156 caminhões e outros 60 veículos que eram usados nos crimes. A maior parte das carretas era roubada ou furtada e tinha as placas clonadas.
O grupo criminoso também utilizava barcos. Duzentos barcos, por dia, carregavam os cigarros que depois eram levados para os caminhões
Segundo a PF, 105 mil caixas de cigarros foram apreendidas – totalizando 52 milhões de maços.
A organização utilizou 6,7 mil linhas telefônicas cadastradas, conforme a PF, em nome de terceiros para que os crimes fossem praticados.
Os crimes
Os presos vão responder pelos seguintes crimes, de acordo com a PF:
Organização criminosa
Contrabando
Receptação qualificada
Adulteração de sinal identificador de veículo automotor
Falsidade ideológica
Corrupção ativa
Devido ao acidente em Maringá, que acabou originando a investigação, os envolvidos devem responder ainda por homicídio culposo, lesão corporal culposa, abandono do local do acidente e favorecimento pessoal.
Fonte: G1 PR