Doação de órgãos de dois jovens permite salvar a vida de seis pessoas

Imagem Ilustrativa

Pelo menos seis pessoas ganharam uma nova chance para ter uma vida saudável. Eles foram os receptores de quatro rins, um fígado e um pâncreas doados pelas famílias de dois jovens que tiveram morte cerebral diagnosticada. 

As coletas foram feitas nos Hospitais Cemil e Norospar, em Umuarama na tarde e noite de quarta-feira. Já os transplantes foram realizados ontem em Maringá e Curitiba, atendendo uma fila de espera controlada pela Central de Transplantes do Estado. 

A primeira coleta foi realizada no Hospital Cemil durante a tarde, onde do doador, um homem de 30 anos, foram retirados os dois rins, o fígado e o pâncreas. Uma equipe de médicos de Curitiba esteve na cidade para fazer a coleta. O nome do paciente não foi divulgado a pedido da família. 

A segunda coleta foi feita na sequencia no Hospital Norospar. O doador, João Carlos Rodrigues, 22 anos, morreu após não resistir aos ferimentos provocados por um grave acidente de moto, no domingo (7). 

A doação feita pela família foi para atender uma vontade manifestada pelo jovem ainda em vida. A captação foi realizada por uma equipe de Maringá, que avaliou órgãos. Foram coletados os dois rins de João Carlos. A cirurgia começou as 21h15 e terminou cerca de duas horas depois.

“Quando a assistente social falou comigo sobre a doação, fiquei em dúvida. A minha mãe, com quem ele morava, não queria. Eu estava junto dele, quando a namorada me ligou contando que ele sempre comentava que, se morresse, doaria os órgãos. Senti que era a vontade dele e resolvi autorizar”, conta a mãe Lucilene Souza, que estava muito comovida e emocionada.

“Se pudesse dizer algo para o meu filho agora, diria que ele foi muito importante para nós. Que o amava, que doei seus órgãos para fazer outras famílias felizes e que ele vai continuar existindo nas vidas que vai ajudar a salvar”, declarou a mãe.

João Carlos cursava o último ano de Educação Física na Unipar e trabalhava como personal trainner em uma academia de Icaraíma, onde morava com a avó Maria Cândida Oliveira Souza. 

O pai, Aparecido Rodrigues e os irmãos Heloyza, Adrielly e Erick também acreditam que doar os órgãos era a vontade de João Carlos.

“É o certo. Meu irmão era jovem, alegre, saudável, apaixonado pela vida. Além disso, era a vontade dele. Ele vai ajudar outras pessoas a viverem melhor”, disse a irmã Heloysza.

Segundo o médico e diretor do Hospital Cemil, Ítalo Fioravanti, a manifestação em vida do potencial doador facilita a decisão da família pela doação. “A conscientização é importante. As pessoas devem falar amplamente para familiares que tem o desejo de ser doador. Isso vai facilitar para a família decidir pela doação”, afirmou. 

Fioravanti explicou que o tema da doação é abordado junto a família somente após a conclusão do protocolo de investigação de morte encefálica. “É um protocolo muito rígido que pode levar até 48 horas. São feitos exames por uma equipe médica multidisciplinar para constatar a morte”, explicou.

Fonte: Ilustrado

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